Este ano foi um golpe duplo para os transportadores de encomendas na União Europeia e no Reino Unido. Um deles foi, obviamente, o aumento nos volumes de comércio eletrónico provocado pela pandemia e pelos confinamentos que a acompanham. Depois disso, houve uma temporada nobre extremamente movimentada em novembro e dezembro.
As autoridades de toda a UE permitiram o funcionamento de determinados estabelecimentos retalhistas. Outros foram forçados a fechar como resultado de procedimentos de bloqueio parcial ou total destinados a limitar a propagação do coronavírus. Independentemente da situação do retalho físico na UE e no Reino Unido, muitos clientes optam por comprar produtos e presentes de Natal online. Como resultado, a quantidade de pacotes disparou.
Isso já teria sido bastante difícil. No entanto, o Brexit trouxe um novo grau de complicação para a indústria dos correios.
Brexit e comércio eletrônico de varejo transfronteiriço
É verdade que o Brexit terá um impacto sobre todos os compradores da UE que queiram comprar artigos do Reino Unido. O Brexit também terá impacto nos consumidores do Reino Unido que compram online em sites de comércio eletrónico da UE.
No entanto, é provável que os clientes irlandeses suportem os sofrimentos das novas leis de forma significativamente mais aguda do que os do resto da UE. Por que? Porque o Reino Unido é responsável por 70% de todas as compras online irlandesas.
Existem várias causas para isso. Muitas das marcas e lojas mais conhecidas do Reino Unido podem ser encontradas nas principais ruas irlandesas. Como consequência, os clientes irlandeses confiam neles.
Apesar disso, existem muito poucas lojas de comércio eletrônico irlandesas. As instalações de distribuição usadas para reabastecer as vitrines físicas são frequentemente mantidas distintas das operações de comércio eletrônico.
O facto de a Amazon não ter um mercado local irlandês contribui para a grande percentagem de pacotes de comércio eletrónico que chegam à Irlanda vindos dos Estados Unidos.
Reino. A Amazon estabeleceu recentemente instalações na Irlanda. Esta é provavelmente uma reação ao Brexit, pelo menos em parte. No entanto, os compradores online irlandeses ainda devem utilizar o mercado da Amazon no Reino Unido, o que é estranho, dado que a sede da Amazon na UE fica em Dublin.
Os compradores de Internet no Reino Unido serão mais afetados do que os do resto da UE. Apesar de ter uma variedade de alternativas nacionais, os compradores do Reino Unido também optam por comprar no exterior. Em 2019, metade dos clientes britânicos fizeram pelo menos uma compra transfronteiriça.
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IVA e Direitos Aduaneiros
Se as duas partes não chegarem a acordo, o IVA e os direitos aduaneiros aumentarão consideravelmente o custo dos compradores da UE que compram artigos a retalhistas do Reino Unido e vice-versa.
Mesmo que as duas partes cheguem a um acordo comercial de última hora, não está claro se as vendas pela Internet abaixo de um determinado limite serão excluídas quando o período de transição terminar.
Vamos usar a Irlanda como exemplo porque os clientes irlandeses realizam a maior parte das suas compras pela Internet em websites do Reino Unido. Atualmente, os produtos que custam menos de 22 euros serão excluídos de taxas adicionais. Esse valor, no entanto, inclui taxas de envio, entrega, seguro e manuseio, bem como o custo dos itens em si. Quando uma compra excede a marca de 22 euros, será devido 21% de IVA.
Qualquer coisa avaliada em mais de 150 euros – incluindo custos de envio – estará sujeita a IVA e direitos aduaneiros. A taxa de imposto dependerá do tipo de itens adquiridos. Todos esses encargos adicionais poderiam aumentar os custos em até 40%.
Isto porque os bens que antes circulavam livremente, irão agora desenvolver importações e exportações. As compras no comércio eletrônico exigirão desembaraço aduaneiro, juntamente com faturas comerciais, códigos de mercadorias e outras documentações.
É importante notar que a maioria das compras online utilizará um serviço de transportadora Delivered Duty Unpaid (DDU). Isso significa que os consumidores terão de pagar quaisquer IVA e direitos aduaneiros ao transportador antes de receberem as suas mercadorias.
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Transportadores de encomendas e Brexit
As empresas de entrega de pacotes estão preparadas para o Brexit. No entanto, as transportadoras, como todas as outras pessoas, não têm ideia do tipo de Brexit que irão enfrentar.
Mais uma vez, a Irlanda tem mais probabilidades de sofrer do que qualquer outro membro da UE. Isto deve-se ao facto de a maioria das mercadorias trocadas entre a Irlanda e o resto da UE terem sido transportadas através da ponte terrestre do Reino Unido.
A DHL Express Ireland notificou os clientes no início de dezembro que o serviço DHL Economy Select (DDI) será temporariamente suspenso a partir de 29 de dezembro para permitir o livre fluxo de mercadorias até 31 de dezembro. No entanto, a partir de agora, todos os produtos que entram no Reino Unido necessitarão de desembaraço aduaneiro.
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